sexta-feira, 27 de maio de 2011

Lua pode conter tanta água quanto a Terra, revela estudo
A Lua poderia ter muito mais água do que o imaginado, talvez tanta quanto a Terra, uma descoberta que lança dúvidas sobre a formação do satélite, revela um estudo divulgado esta quinta-feira nos Estados Unidos.
Durante muito tempo acreditou-se que a Lua fosse um local seco e poeirento até que, há poucos anos, descobriu-se água pela primeira vez.
Agora, cientistas da Case Western Reserve University, do Carnegie Institution for Science, e a Brown University acreditam que no interior da Lua haja 100 vezes mais água do que o que se pensava inicialmente.
As descobertas foram feitas com o uso de um instrumento de precisão, chamado NanoSIMS 50L - um microanalisador de íons - para examinar o magma lunar ou pequenas quantidades de rocha derretida, coletada pela Apolo 17, a última missão americana à Lua, em 1972.
"Estas amostras são a melhor janela que temos para (calcular) a quantidade de água no interior da Lua", disse James Van Orman, co-aut
or do estudo e professor de ciências geológicas do Case Western Reserve.
"O interior parece ser bastante similar no interior da Terra, razão pela qual sabemos sobre a abundância de água", acrescentou.
As descobertas foram publicadas na edição de 26 de maio de Science Express.
A mesma equipe publicou um trabalho na Nature em 2008, descrevendo a primeira evidência da presença de água nos cristais vulcânicos trazidos pelas missões Apolo.
"O essencial é que em 2008 dissemos que o conteúdo primitivo de água no magma lunar deveria ser similar à água contida na lava proveniente da drenagem do manto superior da Terra", disse o co-autor do estudo, Alberto Saal.
"Agora, provamos que este é o caso", acrescentou.
Enquanto as descobertas corroboram a teoria longamente sustentada de que a Lua e a Terra têm origens comuns, também lançam dúvidas sobre a crença de que a Lua pode ter se formado após um desprendimento da Terra, perdendo boa parte de sua umidade neste processo de alta temperatura.
Segundo esta teoria, de "enorme impacto" nos anos 1970, a Lua se formou depois que o nosso planeta colidiu com uma rocha espacial ou planeta 4,5 bilhões de anos atrás.
"Esta nova pesquisa revela que aspectos desta teoria devem ser reavaliados", destacou o estudo.
As descobertas também levantam interrogações sobre as teorias que afirmam que o gelo encontrado nas crateras dos polos lunares pode ser resultante do impacto de meteoros, sugerindo que parte do mesmo pode ter provindo da erupção de magmas lunares.
A agência espacial americana (Nasa) anunciou, em 2009, que duas naves enviadas à Lua para colidir com a superfície do satélite descobriram pela primeira vez água congelada, uma revelação considerada um enorme passo adiante na exploração espacial.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Detector de partículas esquadrinha segredos do universo

WASHINGTON — O espectrômetro magnético Alpha 2 (AMS), um detector de partículas destinado a esquadrinhar os enigmas da formação do universo, foi acoplado com sucesso, esta quinta-feira, à Estação Espacial Internacional (ISS), e começou imediatamente sua busca pelo desconhecido.
Os cientistas avaliam que esta experiência, com custo estimado em dois bilhões de dólares, poderia abordar os fundamentos da física de partículas.
A delicada coreografia para transferir o AMS de 7,5 toneladas do compartimento de carga do ônibus espacial Endeavour ao seu ponto de ligação com o exterior da ISS, do lado direito da Estação, terminou às 10H46 GMT (07h46, hora de Brasília).
O trabalho havia começado 2h15min antes, quando os astronautas Andrew Feustel e Roberto Vittori, um italiano da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), começaram a manobrar o braço mecânico de 16 metros de comprimento para retirar delicadamente o AMS do compartimento de carga do ônibus espacial.
Assim, "o piloto Greg Johnson e o especialista Greg Chamitoff usaram então o braço mecânico para instalar o AMS na estação", explicou a Nasa.
Um mecanismo de sujeição automática permitiu colocar solidamente em seu lugar o detector de partículas.
Minutos depois, com um comando à distância, os astronautas conectaram um grupo de cabos elétricos e de transmissão de dados ao AMS.
A compilação de dados produzida pelo detector de partículas começou quase em seguida, anunciou a agência espacial americana.
As equipes científicas do AMS trabalharão dia e noite para coletar a massa de dados enquanto a ISS estiver em órbita, isto é, pelo menos até 2020.
Um poderoso íma, concebido para criar um campo magnético que desvia a trajetória das partículas cósmicas que viajam através do espaço, o AMS permitirá a oito instrumentos científicos obter preciosas informações sobre estas partículas.
Centenas de cientistas de 16 países que participam do projeto esperam poder elucidar os enigmas da formação do universo, descobrir a antimatéria ainda impossível de encontrar e compreender a natureza da matéria negra invisível, que forma até 25% do universo.
A matéria visível seria apenas de 4% a 5% do total e os 70% restantes seriam formados por restos de matéria escura, uma força repulsiva, contrária à gravidade, e explicaria porque a expansão do universo se acelera.
Astrônomos anunciam planeta que poderia ser habitável fora do Sistema Solar
Astrônomos descobrem planetas solitários, sem estrelas
Cientistas mostram que condições de temperatura e pressão permitem a existência de água em estado líquido, além de nuvens e chuva

Astrônomos franceses anunciaram nesta terça-feira (17) que um planeta fora do nosso Sistema Solar apresenta condições favoráveis para abrigar formas de vida.

Pelo menos quatro planetas giram em torno da estrela Gliese 581.

Os cientistas simularam, em computador, como seria a atmosfera de um deles, que tem o dobro do tamanho da Terra, e concluíram que as condições de temperatura e pressão permitem a existência de água em estado líquido, além de nuvens e chuva.

O ar mais denso e a concentração de dióxido de carbono seriam tóxicos para seres humanos. Mas os cientistas esperam que novas gerações de telescópios permitam observar se há sinais de vida de outras espécies no planeta.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Estudo resolve mistério de planetas que giram "ao contrário"

Estudo resolve mistério de planetas que giram "ao contrário"

Um mistério da astronomia está perto de terminar. Cientistas dizem ter conseguido explicar por que alguns planetas gigantes giram no sentido oposto ao das estrelas que orbitam, contrariando teorias de formação planetária.
Embora não haja exemplos assim no Sistema Solar, o Universo está cheio deles.
Normalmente, são planetas gasosos muito grandes e bem próximos às suas estrelas. Esse tipo de planeta foi batizado de Júpiter Quente.
Com modelos projetados em computador, analisando órbita, massa e outros dados, os cientistas da Universidade Northwestern (EUA) concluíram que os astros desse tipo "nasceram" com órbitas que não eram opostas às seguidas por suas estrelas.
Eles ficaram "ao contrário", na verdade, pela influência gravitacional de um outro planeta gigante que orbita a mesma estrela.


Os dois astros interagem gravitacionalmente e, algumas vezes, com essa influência, a órbita daquele que está mais próximo à estrela começa lentamente a se alongar, ficando quase com a forma de uma agulha.
Nesse ponto, a estrela e o planeta passam a interagir de tal forma que acontecem pequenos puxões gravitacionais.
É aí que existe uma espécie de fricção que faz a órbita encolher e, em alguns casos, mudar totalmente. Estima-se que 25% de todos os planetas do tipo Júpiter Quente já registrados tenham órbitas inversas.
"Achávamos que nosso Sistema Solar era típico do Universo, mas tudo pareceu muito estranho nos sistemas extrassolares desde o início. Nós somos, na verdade, atípicos. Entender os outros sistemas nos dá um contexto de como o nosso é especial", disse Frederic Rasio, astrofísico que é coautor do trabalho, publicado na "Nature".